É possível emagrecer sem cirurgia bariátrica?
A obesidade é uma condição crônica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo. Quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves. No que diz respeito à perda de peso, muitas pessoas acabam optando por procedimentos cirúrgicos. Mas, é possível emagrecer sem cirurgia bariátrica?
Bem, antes de tudo, é preciso destacar que cada caso é único. Por isso, o primeiro passo deve ser o diagnóstico da obesidade, para iniciar o tratamento adequado e evitar doenças associadas. Como exemplo: hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.
O assunto é pauta mundial, já que a obesidade vem crescendo de maneira acelerada. Para ter uma ideia, o recém publicado Atlas Global de Obesidade de 2023 constata que a obesidade já afeta 22,4% dos adultos no Brasil. O estudo prevê ainda que esse número deve crescer significativamente, chegando a atingir 41% da população adulta até 2035. Diante disso, hoje vamos falar sobre formas de emagrecer sem cirurgia bariátrica. Você acha que é possível? Acompanhe a leitura e descubra!
Entendendo a Cirurgia Bariátrica e suas Alternativas
A cirurgia bariátrica é um procedimento médico que envolve a alteração do sistema digestivo com o objetivo de promover a perda de peso em pacientes com obesidade severa, geralmente com um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40. Também conhecida como gastroplastia ou redução de estômago, essa intervenção cirúrgica é considerada especialmente quando outros métodos convencionais de perda de peso não alcançam os resultados desejados.
O procedimento consiste na modificação da estrutura original do estômago para impedir que o paciente possa ingerir uma grande quantidade de alimentos e, consequentemente, de calorias, contribuindo para a perda de peso. Uma das técnicas mais comumente utilizadas é conhecida como bypass gástrico em Y de Roux. Uma porção significativa do estômago é removida, deixando uma pequena bolsa do tamanho aproximado de um ovo, que permanece conectada ao esôfago.
Em seguida, é criada uma ligação entre essa bolsa e uma alça do intestino. Por fim, é realizada a conexão do trânsito do sistema digestivo com outra alça originada da parte restante do estômago. Outra técnica bastante adotada na cirurgia bariátrica é o sleeve ou gastrectomia vertical, em que cerca de 80% do estômago é removido, reduzindo consideravelmente sua capacidade.
Ao contrário do bypass gástrico, esse procedimento não envolve a alteração da rota intestinal. Portanto, o sleeve é considerado um procedimento restritivo, enquanto o bypass é tanto restritivo quanto disabsortivo. Semelhante ao bypass gástrico, o duodenal switch não envolve a reconstrução do trânsito intestinal em formato de Y. Apesar dos benefícios associados à perda de peso e melhoria das condições de saúde relacionadas à obesidade, essa técnica não é tão utilizada, devido às possíveis complicações nutricionais mais intensas que podem ocorrer.
A banda gástrica é uma técnica realizada por meio de endoscopia que envolve a colocação de um anel que comprime a entrada do estômago. Como resultado, há uma redução na capacidade de ingestão de alimentos, promovendo mais rapidamente a sensação de saciedade. A derivação biliopancreática é frequentemente realizada em conjunto com o duodenal switch. Neste procedimento, ocorre uma técnica semelhante ao bypass gástrico, mas sem a formação do formato de Y na reconstrução do trânsito intestinal.
A alça intestinal que está conectada ao pâncreas e à vesícula biliar é unida à alça proveniente do estômago, porém em um ponto mais distante do trato gastrointestinal, em comparação com o bypass. Embora a cirurgia bariátrica tenha se mostrado eficaz para muitos pacientes, é importante ressaltar que, como qualquer outro procedimento cirúrgico, ela envolve possíveis complicações.
Isso porque, indivíduos submetidos à intervenção são pessoas doentes, com inflamações extremas, comorbidades e complicações relacionadas ao próprio peso. Assim, esse paciente, quando submetido a qualquer processo cirúrgico, enfrenta um risco muito maior do que uma pessoa com peso normal. As potenciais complicações podem surgir quando o paciente não segue corretamente as orientações durante o período pós-operatório: hemorragias, formação de fístulas, embolia pulmonar, vômitos, diarreia e diversos desequilíbrios nutricionais.
Portanto, os pacientes devem passar por uma avaliação médica completa e seguir critérios específicos para serem considerados aptos a esse tipo de cirurgia. Para o sucesso do procedimento, é imprescindível que haja um compromisso de longo prazo por parte do paciente. Mudanças significativas no estilo de vida, alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento médico contínuo são essenciais.
Diante de tudo isso, é prudente afirmar que a intervenção deve ser um último recurso, quando nenhuma outra alternativa para emagrecer sem cirurgia bariátrica trouxe resultados satisfatórios.
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Mudanças de Hábitos: Adotando um Estilo de Vida Saudável
Como cirurgião que já realizou e acompanhou pacientes bariátricos há mais de 20 anos, o Dr. Marcelo Borges aconselha: “não façam cirurgia bariátrica sem antes entender a gênese da obesidade”. Ele ainda ressalta que existem tratamentos clínicos conservadores tão ou mais eficientes do que a própria cirurgia. Sem os riscos e as complicações que a intervenção pode trazer, tanto de imediato, devido à importância do ato cirúrgico, quanto a longo prazo.
Isso porque, pacientes que passam por uma cirurgia bariátrica precisam de atenção especial, nutrição adequada e suplementação devido ao processo catabólico desenvolvido pela obesidade, pela própria cirurgia e até por conta da idade. O ponto principal é que, mesmo que essas pessoas alcancem resultados na perda de peso, não é possível afirmar que elas permanecerão magras para o resto da vida. Isso simplesmente não existe.
Quando indicada, a cirurgia é importante, traz benefícios, mas é fundamental saber que o procedimento também traz limitações. É possível fazer a suplementação com vitaminas e nutrientes, mas mesmo assim essas pessoas têm alguns tipos de carência à medida que a idade avança. Pessoas com 60, 70 anos, que passaram pela intervenção, tem uma dificuldade menor na absorção de ferro, minerais, ácido fólico, cálcio e outros nutrientes e minerais.
Por isso, para ter um emagrecimento saudável e sustentável, a chave está na mudança de hábitos, que engloba uma série de aspectos do estilo de vida, aliada ao acompanhamento médico especializado. Atualmente, Dr. Marcelo afirma que dá preferência ao método eficiente e simples que criou, com estratégias adequadas e medicações altamente modernas e seguras. Assim, ele vem observando resultados muito significativos, semelhantes à cirurgia.
Acompanho pacientes que conseguem reduzir 40, 50, 60 quilos em um período relativamente curto – 5 ou 6 meses – algo que talvez não fosse possível mesmo com a cirurgia. É impressionante! Sem necessidade cirúrgica, sem riscos, de uma forma mais equilibrada e ajustada. Além do fato de que, provavelmente, essas pessoas terão uma qualidade de vida muito superior à daquele indivíduo que fez a cirurgia bariátrica.
A reeducação alimentar também tem papel importante no processo de emagrecer sem cirurgia bariátrica. Ao invés de seguir dietas restritivas e temporárias, é indicado adotar escolhas mais conscientes e equilibradas na alimentação. O aumento do consumo de alimentos naturais e nutritivos e a redução da ingestão de comidas processadas aumenta a qualidade de vida, mas o planejamento da nova dieta precisa ter o aval de um médico. A prática regular de exercícios físicos, por sua vez, ajuda a queimar calorias, fortalecer os músculos e melhorar a saúde cardiovascular. As atividades podem variar de acordo com as preferências e o condicionamento físico de cada pessoa.
É comum ainda que existam questões emocionais associadas ao ganho de peso e às dificuldades para emagrecer. Por isso, o auxílio de um psicólogo ou psicoterapeuta pode auxiliar o paciente a lidar com esses aspectos emocionais. Sendo possível desenvolver estratégias para uma relação mais equilibrada com a comida, a motivação e o fortalecimento durante o processo de emagrecimento.
Apoio Profissional: A Importância do Acompanhamento Especializado
Quando se trata de emagrecer sem cirurgia bariátrica, o apoio profissional oferece a orientação, o acompanhamento e o suporte necessários para alcançar os objetivos de perda de peso. Um dos principais benefícios do acompanhamento especializado é a avaliação individualizada, já que cada pessoa tem características distintas. Este profissional é capaz de realizar uma análise detalhada, clínica e laboratorial, para desenvolver um plano de emagrecimento adequado às necessidades específicas de cada paciente, garantindo uma abordagem mais segura e eficiente. Da mesma maneira, cabe ao médico recomendar suplementos, medicações e terapias auxiliares.
O monitoramento contínuo dos progressos e também a identificação precoce de possíveis dificuldades favorece a realização de ajustes e a adoção de técnicas adicionais para promover a perda de peso. Outro aspecto importante do apoio especializado é a educação e a capacitação do paciente, já que um médico tem o conhecimento necessário para orientar sobre os melhores alimentos, as porções adequadas, as combinações nutricionais e hábitos de vida saudáveis.
Essas informações são fundamentais para a compreensão aprofundada sobre cada escolha alimentar e a tomada de decisões mais conscientes em relação à sua dieta. O profissional também pode fornecer dicas práticas para facilitar a adoção desse novo estilo de vida, como lidar com situações desafiadoras ou aprender técnicas de controle do apetite, por exemplo. Sabe-se que o processo de emagrecimento pode ser bastante desgastante emocionalmente, envolvendo frustrações, tentações, recaídas e pressões sociais. Nesse sentido, a motivação e o apoio de um profissional de saúde são valiosos para alcançar um peso saudável de forma gradual e duradoura.
Gerenciamento de Expectativas e Superando Desafios
Emagrecer sem cirurgia bariátrica, de forma saudável e sustentável pode exigir tempo, dedicação e perseverança. É importante entender que os resultados podem variar de pessoa para pessoa. Uma das principais chaves para o gerenciamento de expectativas é estabelecer metas alcançáveis e baseadas na saúde e no bem-estar para evitar frustrações e desmotivação. Atualmente, o Dr. Marcelo Borges explica que já não vê a cirurgia como a principal indicação, mesmo para pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) de 40, 45 ou até um pouco mais. Mas, sim, a prática clínica.
É importante considerar também a possibilidade de desnutrição no caso da cirurgia. Buscar tratamentos que ofereçam uma abordagem mais holística, atendendo às necessidades específicas de cada paciente para manter a saúde e o bem-estar. É importante lembrar que o emagrecimento não acontece da noite para o dia. Pequenas conquistas ao longo do caminho são igualmente importantes e significativas para manter a motivação e o foco.
Aprender com os momentos difíceis, analisar as razões por trás de eventuais deslizes e buscar soluções alternativas são formas eficazes de superar os desafios e seguir em frente com determinação. Como vimos, é possível, sim, e até mais indicado, emagrecer sem cirurgia bariátrica. Inclusive, assim como no processo de emagrecimento, a jornada para quem necessita desse tipo de intervenção para perder peso também é longa e desafiadora.
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2 Comentários
Gostaria de saber o valor das consultas ?
Ou aproximadamente o valor total do tratamento para emagrecimento para eu me organizar financeiramente para esse propósito ;
Obrigada
Fabiana
Ola! Respondemos via email. Agradecemos seu interesse